Eu, que tanto quis amadurecer,
que tudo fiz por merecer avançar,
que por muito me julguei conhecer,
tento por resgatar-me hoje buscar
o instante insone em que deixei ficar
sem voz, em mim, uma criança, assim...
Eu, que por sempre planos idealizei,
que ao tempo anos de mim ofereci,
que não percebi quanto nisso sufoquei,
trato por realizar-me agora restituir
a vida do menino que escondi no ser,
para refazer as cores que deixei de ver...
Vem, garoto...
renova nossas alegrias já desbotadas,
para que juntos sejamos, cresçamos,
vivamos, infinitamente, sem envelhecer...
Ricardo Fabião (outubro, 2015)